//Cancelamento de festas juninas em Pernambuco reduz palanques

Cancelamento de festas juninas em Pernambuco reduz palanques

Muitas são as consequências impostas pela pandemia da Covid-19 no país. O novo coronavírus mudou a rotina das pessoas, ditou novas regras e obrigou a sociedade a conviver com outra realidade. Na política, as eleições parecem ser a sua principal vítima e os futuros candidatos às eleições municipais vão precisar de muita estratégia para atingir o eleitorado. No Nordeste, por exemplo, o São João, a festa de maior visibilidade da região, não vai acontecer. Com o cancelamento dos festejos, perde a população, que vai ficar sem a festa, perdem os candidatos sem “palanques” de grande visibilidade na campanha de 2020. Pré-candidata à reeleição, a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), considera como “missão e desafio” o fato de estar à frente do município, que tem um dos mais tradicionais São João do país, nesse período de pandemia.“A nossa gestão trabalha para cuidar das pessoas e é isso o que estamos fazendo. É muito triste começar o mês junino sem ter a nossa festa pelos quatro cantos da cidade. Mas precisamos unir forças e nos protegermos para garantir a saúde e a vida da nossa gente”, ressalta a gestora.Quando questionada se o cancelamento do São João, em razão da potencialidade dos festejos, afetaria sua campanha à reeleição, Raquel opta pela discrição. “Estamos focados no nosso trabalho e deixando para pensar nas eleições no momento que for necessário”.Para driblar a crise, Raquel encontrou uma nova forma de realizar a festa. A partir do São João Solidário (www.saojoaocaruarusolidario.com.br), vai buscar, junto com a população, ajudar os artistas “que esperam o ano todo pelo mês de junho, assim como todos os profissionais que fazem parte da rede produtiva”, destacou.A prefeita de Arcoverde (PSB), Madalena Britto, segundo sua assessoria, ainda não bateu o martelo sobre o nome que irá escolher para concorrer à sua sucessão e, por isso, não fez comentários sobre os prejuízos eleitorais que terá sem a festa. Ela, no entanto, definiu o São João é como a “vitrine cultural” da cidade, mas considera que a pandemia da Covid-19 passou a ser prioridade da gestão. “Toda a atenção do nosso governo foi voltada à preservação das vidas. Estamos seguindo as recomendações de isolamento e o decreto do governo estadual. Sabemos o quanto isso impacta em nossa economia, mas a população de Arcoverde entendeu que o momento é de cuidados com a saúde”.Já o prefeito de Gravatá, Joaquim Neto (PSDB), reconheceu que neste momento todo político contabiliza lucros e prejuízos eleitorais. “Mas o momento em que estamos vivendo a nossa análise é de lutar pela vida das pessoas. A política e a eleição a gente vai discutir depois”, pondera. Em relação ao cancelamento do São João, diz que o município foi afetado diretamente, principalmente na economia. “Cerca de R$ 100 milhões poderiam ser injetado na economia do município, além disso, mais de 7 mil empregos informais eram criados durante o mês e havia, ainda, o fortalecimento dos comerciantes já estabelecidos”, lamenta o prefeito.O prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (MDB), não retornou aos contatos da reportagem. Questionados sobre os prejuízos eleitorais para os pré-candidatos, o cientista político Adriano Oliveira disse não acreditar que tal cenário acarretará problema. “As pesquisas que tenho feito mostram que o eleitor está consciente do perigo do coronavírus e da aglomeração. Portanto, os candidatos não terão prejuízo”, resume. Via: Diário de Pernambuco.

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