//Em mergulho, pesquisadores analisam impactos do óleo em recifes de corais em áreas de preservação

Em mergulho, pesquisadores analisam impactos do óleo em recifes de corais em áreas de preservação

Nas duas localidades em que foram encontrados sedimentos de óleo no fundo do mar, no Cabo de Santo Agostinho e em Ipojuca, os resíduos foram limpos na praia. Em Tamandaré, há uma Área de Proteção Ambiental (APA) por onde o óleo passou. Mergulhos foram feitos por pesquisadores para analisar os possíveis impactos na vida marinha (veja vídeo acima).

os mergulhou junto com a bióloga Luiza Gomes, que faz o monitoramento nos recifes de corais de Tamandaré, que são animais marinhos que crescem em colônias, formando os recifes. Estes, por sua vez, são locais de moradia para várias outras espécies.“Esse monitoramento é feito porque o recife de coral tem uma importância muito grande, tanto para o meio ambiente quanto para nós, economicamente e socialmente falando”, disse a bióloga Luiza Gomes.

 Mergulhador fazendo monitoramento nos recifes de corais de Tamandaré, no dia 24 de outubro de 2019, após chegada de óleo no litoral pernambucano — Foto: TV Globo/Reprodução

Apesar da praia ter sido atingida, o material não foi encontrado por pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste (Cepene) na área de preservação. Ainda assim, a atenção dos profissionais está voltada para o ecossistema.“A principal preocupação é o impacto que esse óleo vai causar nos ecossistemas costeiros, marinhos e na biodiversidade”, afirmou o coordenador do Cepene, Leonardo Messias.De acordo com os pesquisadores, a desova dos corais de Tamandaré está próxima e representa uma das épocas mais importantes do ano: a de reprodução.

 Corais no fundo do mar de Tamandaré no dia 24 de outubro de 2019 — Foto: Reprodução/TV Globo

“Nossa preocupação é que, se tiver muito resíduo de óleo, isso atrapalhe a circulação dos ovos e a gente tenha uma população que não vai se recuperar nesse ano, então vamos ter que esperar até o ano que vem para ter uma reprodução bem-sucedida”, relatou o oceanógrafo Mauro Maida.Monitorar e cuidar dos corais não é importante só para pesquisadores e ambientalistas. Quem depende da natureza para se sustentar também entende o quanto os danos ambientais podem prejudicar a comunidade.A catadora de mariscos Maria de Cássia da Silva, que depende dos pescados para sobreviver, na praia de Suape, no Cabo de Santo Agostinho, por exemplo, relatou que a situação ficou muito complicada após o surgimento das manchas. “O óleo destruiu nossas vidas”, resumiu.

 Mergulhador procurando manchas de óleo do fundo do mar de Tamandaré, no dia 24 de outubro de 2019 — Foto: Reprodução/TV Globo

Óleo em Pernambuco

Entre o dia 17 de outubro e a quinta-feira (24), mais de 1.358 toneladas de resíduos recolhidas, em Pernambuco. No período, foram atingidos 10 municípios, sendo que Itamaracá, no Litoral Norte, registrou a substância na quinta-feira (24).O primeiro deles foi São José da Coroa Grande, no Litoral Sul, que, na quarta-feira (23), teve o decreto de situação de emergência reconhecido pelo governo federal. No município, 17 pessoas que tiveram contato com o petróleo foram ao hospital com sintomas provocados por reação à substância.Via:G1

Site:Guia Pernambuco