//Espécies em risco de extinção reaparecem após reprodução de peixes para revitalização do rio

Espécies em risco de extinção reaparecem após reprodução de peixes para revitalização do rio

Alevinos reproduzidos em centros especializados do Governo Federal são inseridos nas bacias e repovoam o rio, garantindo biodiversidade, desenvolvimento social e segurança alimentar. Os peixamentos, que fazem parte das ações do Ministério da Integração Nacional para revitalizar o Rio São Francisco, contribuíram para que duas espécies de peixes, que estavam sumidas das redes dos pescadores no baixo São Francisco, voltassem a ser pescadas: a curimatã pioa e a matrinxã. Ambas foram reproduzidas nos Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), órgão vinculado à Pasta. As unidades são consideradas referência no desenvolvimento de pesquisas e tecnologias de reprodução, larvicultura e alevinagem de espécies nativas do rio.

No total, foram produzidos para a recomposição e manutenção da ictiofauna mais de 134 milhões de peixes de espécies nativas do São Francisco e não nativas, que são destinadas ao apoio da piscicultura na bacia. Para os peixamentos foram destinados 73 milhões de espécies nativas, entre elas cari, pacamã, piau, pacu, curimatã, pioa e piaba, além das outras duas que estavam em risco de extinção. O restante foi para apoiar a aquicultura da bacia.

Segundo o chefe da Unidade de Recursos Pesqueiros e Aquicultura da Codevasf, Leonardo Sampaio Santos, o programa ajuda a manter o estoque de peixes e a biodiversidade. “Além de cuidar da saúde do rio, a ação garante a continuidade da pesca, resultando no desenvolvimento econômico e na segurança alimentar da população da região. No primeiro semestre de 2016, os Centros Integrados já produziram cerca de 4 milhões de alevinos de espécies nativas e foram realizados 29 peixamentos. A expectativa é que esses números aumentem ainda mais até o final desse ano”.

Leonardo explica que o processo de criação destinado aos peixamentos é diferente para cada espécie. “A Codevasf possui as matrizes e os reprodutores. Após a reprodução artificial das espécies, cada uma tem seu tempo de desenvolvimento, desde a fase em que são larvas até se tornarem alevinos, que são os peixes jovens. Nós somente introduzimos esses peixes no rio quando atingem o tamanho ideal, cerca de sete centímetros, pois antes disso ainda são frágeis e ficam mais sujeitos aos predadores”.

Os outros 61 milhões de peixes criados nos Centros foram direcionados para um programa de apoio à aquicultura da bacia, voltado para o desenvolvimento sustentável com o objetivo de fomentar a cadeia produtiva. A Codevasf financia e apoia projetos de associações para a criação de peixes em viveiros e em tanques-redes. “Utilizamos principalmente a tilápia e o tambaqui, que não são nativos da região. Doamos os alevinos e rações, além de oferecermos capacitações aos associados. Nosso objetivo é que eles consigam realizar sozinhos todo o processo de produção. Também estão sendo feitos trabalhos experimentais com criação de espécies nativas em tanques-rede”, explica o gestor. via: nayn neto

Site: Guia Pernambuco