//Parentes buscam informações após morte de sete jovens na Funase de Caruaru

Parentes buscam informações após morte de sete jovens na Funase de Caruaru

“Eu vim ontem aqui, sai de três horas da manhã e voltei. Até agora não tenho informação nenhuma. Ninguém fala nada, estamos todas muito preocupadas”, afirmou a mesma mãe. Segundo a Funase, a rebelião foi causada por brigas entre grupos rivais. As vítimas estavam nos alojamentos 1,2 e 4 que foram invadidos pelos agressores. A Polícia Militar disse ter controlado a situação na madrugada desta segunda (31).  No início da tarde, o clima estava tranquilo no local. Poucos parentes dos adolescentes estavam do lado de fora em busca de informações. A recepcionista e irmã de uma das vítimas, Rosimere Magalhães, 22, comentou a morte do irmão, Célio Magalhães Correia, de 14 anos, que estava internado há dois meses no Case por participar de um arrombamento a uma loja, no município de Sanharó, no Agreste de Pernambuco.  “Ele cometeu um arrombamento junto com outros garotos. A gente sabe que Célio fez isso coagido por meninos maiores e ele foi tratado como assassino. A justiça não se deu ao trabalho de ouvir a família e acredito que isso foi um descaso. Ele não merecia morrer por isso. Agora, a gente só pode contar com a justiça de Deus”, comentou Rosimere.

A irmã do jovem ainda relatou detalhes das instalações da unidade: “Quando a minha mãe chegou no Case, ele não tinha nem cama para dormir e dividia um ambiente minúsculo com outros três garotos. Ele sempre denunciava que sofria constantes agressões físicas quando precisava sair do quarto para as poucas horas de lazer”, afirma.  “Os internos têm acesso a armas e drogas. A gente sabe que lá não tem segurança nenhuma. Recebemos a notícia de madrugada e mandaram a família procurar o IML de Recife. Não recebemos assistência nenhuma”, denuncia a irmã do adolescente.  A tia de um rapaz de 17 anos questionou a situação dentro da unidade: “Toda vez que é para entrar aqui a gente fica pelada, érevistada. A gente não entra com nada. Não sei como encontram drogas aí dentro”. A esposa de um interno de 17 anos que veio do Recife falou sobre a superlotação. “Meu esposo está numa cela com mais 7. É um quadradinho apertado que não tem espaço para nada”, contou. Uma sindicância será aberta para apurar o caso em, no máximo, 40 dias e os jovens suspeitos de praticar o ato infracional serão conduzidos para a Delegacia de Caruaru. A Funase de Caruaru tem capacidade para 90 jovens, mas 153 se encontram atualmente na unidade. via: folha pe

Site: Guia Pernambuco