//Tropas federais devem continuar atuando no Região Metropolitana do Recife

Tropas federais devem continuar atuando no Região Metropolitana do Recife

Termina nesta segunda-feira (19) o prazo inicial da permanência das Forças Armadas nas ruas da Região Metropolitana do Recife (RMR), medida que atendeu ao decreto de Garantia de Lei e Ordem (GLO), assinado pelo presidente da República, Michel Temer, no último dia 9, por solicitação do governador Paulo Câmara. Procurada pela Folha de Pernambuco, a Secretaria de Imprensa do Estado informou ontem que o governador já pediu ao Governo Federal a prorrogação da permanência das tropas por mais dez dias, a partir desta terça-feira (19) . A resposta está sendo aguardada para esta segunda-feira.

Durante estes dez dias, a questão vem sendo tratada como prioritária no Palácio do Campo das Princesas. Na semana passada havia rumores de que o governo solicitaria a extensão do prazo até o dia 4 de janeiro, com envio de tropas inclusive para o Interior, que atualmente enfrenta problemas de segurança como aumento de explosões em bancos e de tráfico de drogas. A informação foi antecipada à Folha pelo secretário de Defesa Social do Estado, Angelo Gioia.

A presença de efetivo do Exército, da Marinha e da Aeronáutica como reforço de segurança em Pernambuco, desde as 18h do supracitado dia 9, aconteceu como resposta do Governo do Estado ao regime de operação padrão adotado por policiais e bombeiros militares, que pleiteiam melhores salários e condições de trabalho, além de uma revisão no plano de cargos. Frente à diminuição de PMs e BMs nas ruas, mesmo não havendo sido deflagada greve, o governador fez o pedido e foi atendido.

Logo no primeiro fim de semana da chamada Operação Leão do Norte, as Forças Armadas disponibilizaram 3.500 militares para atuarem primordialmente em 94 bairros da RMR, integrados à Polícia Militar e aos Bombeiros. A presença das tropas federais, com caminhões, tanques e armas de grosso calibre, mudou a paisagem do Grande Recife. Os casos considerados corriqueiros, como crimes de homicídio, latrocínio e até mesmo pequenos arrastões, continuaram ocorrendo, porém, nada muito diferente do que é tido como normal. A exceção ficou por conta das manifestações políticas contra a aprovação pelo Senado Federal da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55 que causaram atos de vandalismo e destruição em agências bancárias e lojas na avenida Conde da Boa Vista, no Centro da Capital, na última terça-feira.

Durante estes dez dias, conforme informou o ministro da Defesa, Raul Jungmann, dois terços do efetivo destacado estão sempre nas ruas enquanto um terço descansa. Jungmann enfatizou a importância de governo e militares estaduais chegarem a um acordo, visto que a missão das Forças Armadas é de defesa e não de policiamento.

O ministro chegou a afirmar que estuda a possibilidade da criação de uma guarda especial nacional, subordinada à pasta, para atender a esse tipo de demanda.

Nesse período, a Folha foi às ruas ouvir a população a respeito das tropas federais no Estado e encontrou opiniões divididas. Pessoas acreditaram que aumentou a sensação de segurança enquanto outras, mesmo concordando com a medida, afirmaram que essa presença assusta.(Via: Folha PE)

Site: Guia Pernambuco